A Al Qaeda do Iêmen acusou o governo de matar sete civis em bombardeios no sul do país na semana passada, sem atingir seus militantes, e prometeu retaliar.
Na noite de segunda-feira, a AQPA (braço da organização na península arábica) divulgou duas declarações em fóruns islâmicos da internet. Numa delas, o grupo assume a responsabilidade sobre um atentado a bomba contra um grupo rebelde xiita do norte do Iêmen.
Na outra, a AQPA diz que os militares iemenitas bombardearam duas mesquitas, um hospital e um mercado na semana passada na província de Abyan, região que está parcialmente sob o controle do grupo.
O relato da AQPA contradiz declarações do Exército de que 30 militantes teriam sido mortos nos bombardeios.
"Sete civis muçulmanos foram mortos, alguns outros ficaram feridos, e vários prédios foram destruídos. Os mujahidin (combatentes) confirmaram que nenhum deles se machucou, porque não estavam presentes nessas áreas", disse a nota da AQPA.
"Essas operações por parte dos norte-americanos e seus colaboradores mostram a monstruosidade do inimigo (...). Os mujahidin salientam que não deixarão esses crimes impunes."
O Exército do Iêmen iniciou há dois meses uma ofensiva para tentar recuperar o controle de Abyan, de onde dezenas de milhares de moradores já fugiram. Na semana passada, o governo disse ter retomado Zinjibar, a capital regional.
A Embaixada do Iêmen nos EUA diz que o Exército do país recuperou Zinjibar com apoio logístico dos EUA e da vizinha Arábia Saudita. Alguns moradores de Abyan disseram ter visto aviões teleguiados norte-americanos nos últimos meses, algo que não pôde ser confirmado de modo independente.
Os EUA e a Arábia Saudita, que já foram alvos de ataques frustrados da AQPA, temem que o grupo aproveite a turbulência no Iêmen para se espalhar. O país registra há sete meses grandes protestos populares pela renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 33 meses e em junho sofreu um ataque ao seu palácio que o deixou com queimaduras graves, obrigando-o a buscar tratamento na Arábia Saudita.
Muitos acreditam que a crise política estimulou os militantes em Abyan, mas a oposição argumenta que Saleh exagera propositalmente a ameaça da Al Qaeda, chegando inclusive a estimulá-la, para tentar convencer países estrangeiros a apoiá-lo.
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