Tropas sírias atacaram violentamente vilas no noroeste, enquanto na segunda maior cidade do país, Alepo, protestos contra o regime eram realizados. Cerca de 60 tanques e veículos blindados invadiram as duas vilas na região rural da província de Idlib, afirmou Rami Abdel Rahman, integrante do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.
Trata-se da última operação numa campanha para combater os dissidentes contrários ao autocrático governo do presidente Bashar al-Assad, enquanto manifestações pró-democracia ganham força e opositores se unem para pressionar por reformas. Abdel Rahman disse que militares estavam deixando a vila de Al-Bara quando se dividiram em duas unidades. Uma foi na direção da vila de Kafr Nabl e a outra para Kansafra.
Nesta manhã, tropas invadiram a vila de Al-Bara, aldeia conhecida por suas ruínas romanas, de acordo com Abdel Rahman. "Fortes disparos foram feitos, provavelmente para aterrorizar os moradores e evitar que eles deixassem suas casas", afirmou o ativista, acrescentando que logo depois as tropas tomaram a direção de outras vilas.
Após a operação, moradores foram vistos fugindo de Al-Bara e das vilas próximas de Al-Rami, Mar-Ayan e Kafr Haya, "indo para o sul e o oeste", disse Abdel Rahman. Ontem, dez civis foram mortos a tiros por soldados quando os militares invadiram várias vilas no distrito de Jabal al-Zawiyah, em Idlib, relatou o dissidente.
Em Alepo, centenas de manifestantes pedindo democracia foram para as ruas. As forças de segurança usaram cassetetes para dispersá-los, segundo ativistas. "Centenas de pessoas participaram, em vários bairros de Alepo", afirmou Abdel Karim Rihawi, presidente da Liga Síria pelos Direitos Humanos. "Forças de segurança dispersaram os manifestantes que estavam cantando slogans pedindo liberdade"
Um grupo do Facebook que tem sido um motor para os protestos convocou manifestações nacionais para amanhã. "O Vulcão Alepo. O povo quer a queda de regime", comentaram ativistas na rede social hoje. Os manifestantes batizaram os protestos de 1º de julho como "A Sexta-feira da Partida (de Assad)". Também enviaram uma mensagem para o presidente: "Nós não gostamos de você, nem de seu partido."
A repressão ocorre apesar da condenação global e das advertências das potências ocidentais por comedimento. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos afirma que 1.353 civis foram mortos desde meados de março. Além disso, 343 membros das forças de segurança também morreram. Milhares de pessoas foram presas. As informações são da Dow Jones.
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