Pelo menos 34 pessoas morreram neste domingo (6) no Egito em confrontos entre partidários do presidente islamita deposto Mohamed Morsi, de um lado, e os anti-Morsi e as forças de segurança, segundo o último balanço do Ministério da Saúde publicado pela agência EFE. Segundo fontes oficiais, há 209 feridos. Segundo a agência Reuters, uma fonte de segurança afirmou que o número de mortos seria ainda maior: 44 vítimas.
O diretor do Departamento de Emergência do Ministério da Saúde, Khaled al-Khatib, disse à agência de notícias Mena que 30 das mortes foram registradas no Cairo, principalmente nos distritos de Mohandisin, Dokki, Ramses e do centro da cidade. As demais mortes foram registradas, respectivamente, em Beni Suef, onde três pessoas foram mortas, e outro na província de Minia, ambas ao sul do Cairo.
Os confrontos começaram depois que apoiadores e opositores de Morsi, da Irmandade Muçulmana, tomaram as ruas. Os mortos sofreram, em sua maioria, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança. Os seguidores da Irmandade Muçulmana se manifestaram no Cairo e em outras cidades pedindo a queda do chefe do Exército.
Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras. A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Morsi em 3 de julho.
Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na Praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país. Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.
Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse mais cedo que apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Morsi, estavam determinados a chegar à praça. "Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo", disse Tawfik à Reuters. Partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973.
"Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe", afirmou.
A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.
No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Morsi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher. Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Morsi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.
Fonte: G1
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