terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cristina Kirchner já está sendo operada, diz presidência da Argentina

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, começou a ser operada na manhã desta terça-feira (8) de um hematoma subdural (acúmulo de sangue na cabeça). A cirurgia começou às 8h18, segundo a presidência argentina.
Cristina foi internada na segunda para ser submetida a exames cardiovasculares pré-cirúrgicos, após sentir um formigamento no braço esquerdo, acrescentaram os médicos.

"A presidente apresentou no domingo um formigamento em seu braço esquerdo (...) registrando uma transitória e leve perda de força muscular em seu membro superior. É indicada a intervenção cirúrgica que consiste na retirada do hematoma", indicou a Fundação Favaloro.
A operação é simples e de bom prognóstico, disse à AFP o doutor Anders Cohen, chefe de Neurocirurgia do Brooklyn Hospital Center de Nova York.
"É uma intervenção simples, de curta hospitalização, talvez três dias, seguida de um período de reabilitação. Ela poderá retomar suas atividades em 4 a 6 semanas (...). O prognóstico deve ser muito bom."
O que afeta a presidente é uma das coisas mais comuns com pessoas que sofrem um trauma na cabeça. "Ocorre regularmente após um acidente", disse.
Kirchner, 60 anos, sofreu em 12 de agosto um traumatismo craniano, após o qual não apresentou sintomas, mas no sábado passado foi detectado um hematoma subdural crônico.
"Isto é muito possível, se a veia que se rompeu era muito pequena, o sangue flui muito lentamente e não é anormal que após várias semanas surja o hematoma", disse Cohen.
"Trata-se de um hematoma que está entre o cérebro e o crânio. O sangue acumulado faz pressão no cérebro, então fazemos uma pequena incisão para abrir uma janela, isto dura cerca de 45 minutos, não é um procedimento longo, se remove o sangue e se certifica de que não há atividade sanguínea no local. Depois se coloca um dreno, algo que o paciente normalmente tolera muito bem", disse.
"É uma cirurgia que se faz há mais de 100 anos, de procedimento simples, e pode ocorrer com segurança em qualquer lugar do mundo".
Eleições
O hematoma vai manter a combativa líder, de 60 anos, fora de ação durante um mês, faltando apenas três semanas para a eleição legislativa de meio de mandato, em 27 de outubro, a qual vai determinar quanto poder no Congresso ela terá nos dois últimos anos no governo.

O vice-presidente Amado Boudou antecipou durante o fim de semana o retorno de uma viagem ao Brasil e à França e assumiu a Presidência.
Segundo o porta-voz presidencial, o estado da presidente pode ser resultado de uma queda sofrida em agosto, embora na ocasião ela tenha sido liberada pelos médicos.
Cristina, conhecida por acompanhar de perto o trabalho de seu gabinete, pode ter dificuldades para se manter distante durante um período politicamente sensível para a Argentina, a terceira maior economia da América Latina.
Além disso, o seu governo está no auge de uma batalha em tribunais dos Estados Unidos sobre a crise do calote da dívida argentina, um caso do qual ela gosta de falar publicamente.
Pesquisas recentes indicaram que o governo pode perder o controle do Congresso na eleição de meio de mandato, um resultado que tiraria de Cristina a oportunidade de fazer uma reforma constitucional que lhe permitiria disputar um terceiro mandato em 2015.
Reeleita em 2011 com base na promessa de elevar o papel do governo na economia, a presidente tem dito que não pensa em um terceiro mandato. Mas persistem as especulações de que seus partidários querem emendar a Constituição para que ela possa concorrer novamente.
Cristina foi eleita pela primeira vez em 2007, quando a Argentina se recuperava do catastrófico calote da dívida em 2002.
Suas políticas comerciais protecionistas, controles cambiais e de nacionalização das principais companhias aérea e de petróleo e do sistema de previdência privada mantiveram a Argentina como um pária dos mercados internacionais.
Fonte: G1

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