sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Monstro é preso estupro na Rocinha e pede perdão aos pais da menina Rebeca

Preso por suspeita de estuprar e matar a menina Rebeca Miranda de Carvalho, de 9 anos, na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro, Élder Marinho, de 22 anos, pediu perdão aos pais da criança, na manhã desta sexta-feira (4). Questionado sobre o que diria para os pais da menina, ele disse: "eu pediria perdão", acrescentando que é pai de um bebê de 4 meses, que vive no Ceará. Ele, que morava sozinho na Rocinha desde fevereiro, está sendo indiciado por homicídio duplamente qualificado e estupro de vulneráveis. A pena máxima é de 45 anos de prisão.
Preso por estupro e morte de menina Rebeca na
Rocinha pediu perdão aos pais da criança
nesta sexta (4) 

O pai de Rebeca estava na Divisão de Homicídios e comentou a prisão. "Eu não sou a Justiça. Ele vai ter que responder à Justiça. Estou tirando muita força para passar pelo meu filho", disse Reinaldo Santos. "Eu tenho muito a agradecer a DH, ao Dr. Henrique, à população e à imprensa. Eu encontrei muito apoio".
O delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, afirmou que Elder se mostrou calmo e frio o tempo todo, desde a sua prisão. Segundo Damasceno, ele contou que estava num churrasco consumindo bebida alcoólica, desceu para um bar para beber e encontrou a criança quando passava pelo beco. "Ele contou que foi um ato de momento", disse o delegado.
Elder contou à polícia que deixou o seu celular cair no local do crime, se deu conta quando chegou em casa, voltou ao local, pegou o telefone e foi beber em um bar na região conhecida como Valão, na Rocinha.
A polícia informou ainda que, no momento da prisão, Elder estava com as roupas do dia do crime e o celular da vítima. E confessou à polícia o estupro e o homicídio da menina Rebeca.
O delegado disse que o trabalho foi conjunto entre a Polícia Civil e PMs da UPP da Rocinha. "Várias diligências foram feitas na Rocinha. Foi um trabalho árduo, de campo, com entrevistas com moradores", afirmou Henrique Damasceno nesta sexta (4), acrescentando que os moradores apontaram várias pessoas como suspeitos, incluindo Elder.
A polícia fez várias buscas no Morro do Banco, Rocinha, Rio das Pedras e até rodoviária Novo Rio, pois havia informações de que ele tentaria fugir para o Ceará. Com Elder foi encontrada uma passagem de ônibus para Ipu, no Ceará, com data desta sexta.
Rebeca Miranda ( vitima )
Preso no Ceará
Elder já foi preso por violentar uma menina de quatro anos em Juazeiro do Norte, no Ceará, conforme mostrou o Bom Dia Rio nesta manhã. Ele foi detido na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, Zona Oeste, na noite desta quinta-feira (3).

Segundo a polícia, o crime no Ceará foi em 2008, quando Elder trabalhava em um parque de diversões. Ainda segundo a Divisão de Homicídios, o suspeito, no momento da prisão nesta quinta (3), tinha marcas de arranhão no rosto e detinha o celular de Rebeca, que foi encontrada morta no dia 29.
"Para mim é um alívio. Foi feita justiça. Ligaram para um amigo que nos passou a notícia. Sempre tive a esperança na solução do caso. Agora o que tenho a dizer é agradecer o trabalho deles", disse a mãe da menina, Maria Miranda, emocionada.
A DH pediu a prisão temporária de 30 dias para Elder, segundo a polícia. O suspeito, que confessou o crime, passará ainda por exames no Instituto Médico Legal.
Manifestação
Moradores da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fizeram por volta das 18h desta quinta-feira um protesto contra a morte da menina e comemoraram ao receber a notícia, interrompendo o ato. A criança foi vítima de abuso sexual de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML).

"Nos reunimos com o Freixo [deputado estadual] e a comissão de Direitos Humanos da Alerj ficou de ajudar tanto quanto no caso do Amarildo. Esse protesto vai causar um pouco de transtorno mas é pra chamar a atenção da sociedade pra Rocinha", disse William de Oliveira, membro conselho estadual de Direitos Humanos.
Como foi o crime
Rebeca foi encontrada morta em um barranco, a 50 metros da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Os moradores dizem que os policiais da UPP não fazem mais patrulhamento nos becos da favela desde o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo, há pouco mais de dois meses. Segundo a polícia, o caso do pedreiro deve ser concluído nos próximos dias, mas o governador Sérgio Cabral nega que a tropa tenha recebido orientação para não policiar os becos.

A vizinha que encontrou o corpo de Rebeca disse que ela estava coberta com telhas e que reconheceu o chinelo que a menina estava usando.
Fonte: G1

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