"O que descobrimos foi a existência de uma forte relação entre quantos refrigerantes estes jovens consumiam e seu comportamento violento, não só com relação aos colegas, mas também em relacionamentos afetivos, com irmãos", afirmou David Hemenway, professor da Escola de Saúde Pública de Harvard. "Foi chocante para nós perceber como esta relação era clara".
Mas ele ressaltou que apenas trabalhos futuros poderão confirmar ou descartar se um consumo maior de refrigerante não dietético causaria um comportamento violento.
Método
O novo estudo se baseou nas respostas a questionários preenchidos por 1.878 estudantes de escolas públicas com idades entre 14 e 18 anos, na região metropolitana de Boston, onde Hemenway afirmou que as taxas de criminalidade eram muito maiores do que nos subúrbios com níveis de renda maiores.
A esmagadora maioria dos respondentes era hispânica, afro-americana ou miscigenada. Havia poucos asiáticos ou brancos. Entre as perguntas estava a quantidade de latas de 355 mililitros de refrigerante não dietético que os adolescentes beberam nos sete dias anteriores. Eles também foram questionados se ingeriram álcool ou fumaram, transportavam alguma arma ou foram violentos com colegas, familiares e parceiros afetivos.
Segundo Hemenway, as respostas evidenciaram uma relação causa-efeito, na qual quanto maior o consumo de refrigerante, maior a tendência de se apresentar um comportamento violento.
Entre aqueles que ingeriram uma ou duas latas de refrigerante por semana, 23% transportavam arma de fogo ou faca; 15% praticaram atos violentos contra o parceiro; e 35% agiram de forma violenta com os colegas.
Na outra ponta da tabela, entre aqueles que ingeriram 14 latas por semana, 43% transportavam arma de fogo ou faca; 27% agiram com violência com relação ao parceiro; e mais de 58% praticaram atos violentos com os colegas.
De modo geral, os adolescentes que mais consumiram refrigerantes foram de 9% a 15% mais propensos a demonstrar um comportamento agressivo em comparação com aqueles que consumiam menos. Esta é uma magnitude similar ao vínculo encontrado em uma pesquisa anterior com o álcool e o tabaco.
Resultados
"Este é um dos primeiros estudos a examinar a questão", disse Hemenway. "Nós não sabemos por que existe esta forte associação. Pode haver algum efeito causal, mas também é certamente plausível que seja apenas um marcador para outros problemas - o de que crianças que são violentas independente do motivo tendem a fumar mais, a ingerir mais álcool e talvez a beber mais refrigerantes. Simplesmente, não sabemos", disse.
"Queremos examinar isso com mais cuidado nos estudos subsequentes", acrescentou.
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