A União Europeia (UE) expôs nesta terça-feira sua "profundamente decepção" com a condenação da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko e garantiu que o caso terá "sérias consequências" na relação com Kiev. "O veredicto chega após um julgamento que não respeitou os padrões internacionais dos processos legais justos, transparentes e independentes", assinalou em declaração a Alta Representante para Política Externa e Segurança Comum da União Europeia, Catherine Ashton.
A chefe da diplomacia europeia afirmou ainda que o caso "confirma que a Justiça está sendo aplicada de forma seletiva em perseguições políticas a líderes da oposição e membros do antigo governo" e salientou que a condenação de Tymoshenko pode afetar a assinatura do acordo de associação e livre-comércio que a Ucrânia e a UE tinham pensado em fechar em dezembro. "A UE pede com urgência às autoridades ucranianas competentes que garantam um processo justo, transparente e imparcial em qualquer apelação no caso de Tymoshenko e outros julgamentos de membros do antigo governo", enfatizou.
De acordo com Catherine, o modo em Kiev de respeitar os valores universais e o estado de direito e, especialmente, "como administrar estes casos", pode ter "profundas implicações para a relação bilateral entre a UE e a Ucrânia, incluindo a conclusão do acordo de associação, o diálogo político e a cooperação mais ampla". Os 27 devem "refletir" nos próximos dias sobre sua política para a Ucrânia após o veredicto do caso da ex-premiê e líder da oposição. O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, também lamentou a sentença e expressou suas "dúvidas" sobre o processo.
O caso - A ex-primeira-ministra da Ucrânia Yulia Timoshenko foi condenada a sete anos de prisão por um tribunal de Kiev por abuso de poder na assinatura de um contrato de importação de gás russo. Ela também terá de pagar uma multa de 200 milhões de dólares por danos. A ex-premiê anunciou que vai apelar da sentença na Justiça europeia e defendeu a luta contra o "autoritarismo" na Ucrânia. "Vamos lutar para defender nossa reputação ante as instâncias europeias", declarou. "Devemos ser fortes e proteger a Ucrânia do autoritarismo e da falta de liberdade", completou.
Fonte: EFE e France-Presse
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