Um assassinato planejado e uma estratégia para ficar impune. Essa é a avaliação do delegado-chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Alexandre Nogueira, sobre o homicídio da estudante de direito do UniCeub Suênia Sousa de Farias, 24 anos, cometido pelo professor e advogado Rendrik Vieira Rodrigues, 35 anos, na última sexta-feira. O assassino comprou a arma — uma pistola calibre .380 — há duas semanas. “Foi premeditado, sem dúvida. Ninguém compra uma arma para brincar com ela e ainda mais pouco tempo antes de cometer um crime”, avaliou Nogueira. A polícia indiciou o acusado por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e por impossibilidade de defesa à vítima).
Os investigadores sustentam que Rendrik preparou-se, inclusive, ao entregar o corpo da jovem na delegacia. O então professor de direito do UniCeub e coordenador adjunto do curso na Faculdade Projeção, em Taguatinga, ligou imediatamente após o homicídio para colegas de profissão e pediu orientação para o que fazer. Na unidade policial do Recanto das Emas, Rendrik disse aos agentes ter feito uma “besteira”.
Segundo a legislação brasileira, ao se apresentar espontaneamente, o autor de um crime poderia contar com o benefício de responder ao processo em liberdade. Rendrik, no entanto, não escapou da prisão preventiva, uma vez que o marido da vítima, Hélio Prado, registrou ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga centro) após receber uma ligação de Suênia dizendo que voltaria para Rendrik. A chamada ocorreu alguns minutos depois de ela e o educador terem deixado o UniCeub e pouco antes do homicídio. O marido não acreditou no que Suênia dizia, uma vez que eles almoçaram juntos e fizeram compras para viajar para Goiânia (GO) no dia seguinte. Ele ainda ficou com a sensação de que a companheira corria risco de morte.
Além de ligar para advogados, Rendrik entrou em contato por telefone com um colega delegado, da mesma unidade policial onde entregou o corpo. “É um crime bastante complicado porque envolve um operador do direito. Tenho a desconfiança de que ele tentou burlar a lei e usou a boa-fé dos investigadores. Isso também foi levado em conta pelo juiz que decretou a prisão preventiva dele”, explicou o delegado Nogueira.
Relaxamento
A prisão preventiva acabou determinada no último sábado pelo juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, do Núcleo de Plantão Judicial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). O magistrado analisou os fundamentos da detenção em flagrante e verificou haver indícios suficientes sobre o planejamento do crime. Por conta da ordem judicial, o professor deve permanecer preso até o julgamento, caso os pedidos de soltura dos advogados de defesa não sejam deferidos. Pelo menos três defensores estão empenhados para conseguir a liberdade do professor. Às 20h do último domingo, eles entraram com o pedido de relaxamento e de revogação da prisão.
No documento, os advogados argumentam que a prisão foi ilegal por não conter elementos suficientes para mantê-lo na cadeia. Também pediram que o juiz leve em consideração o fato de Rendrik ter residência fixa e nenhum antecedente criminal. Se o magistrado entender que houve apresentação espontânea, é possível que a detenção preventiva decretada seja revogada, como determina o Código de Processo Penal. O Correio tentou falar com o advogado do professor, Andrew Fernandes de Farias, mas, até o início da noite de ontem (3), ele não atendeu ou retornou as ligações.
Cilene Sousa de Farias, 34 anos, uma das irmãs de Suênia, ficou indignada ao saber do pedido de relaxamento de prisão. “Acredito que o magistrado vai ver o tanto que a minha irmã sofreu e que esse infeliz não teve nenhum pingo de piedade dela”, desabafou.
Investigação encerrada
A Polícia Civil encerrou as apurações sobre morte da estudante Suênia. Embora tivesse 10 dias para encaminhar o caso à Justiça, o delegado Ulysses de Oliveira, responsável pelo flagrante registrado na 27ª DP, deverá entregá-lo hoje ao Ministério Público do DF e Territórios, responsável por oferecer a denúncia ao Poder Judiciário. “O flagrante está concluído. Não se trata mais de investigação”, disse o investigador. O resultado da perícia feita no carro do marido da vítima, o Sandero prata no qual ocorreu o crime, e nos materiais apreendidos — celular e computadores de Suênia e do professor — serão anexados ao processo.
A arma usada no crime ainda não foi encontrada. O delegado Alexandre Nogueira acredita que Rendrik possa ter mentido sobre o local exato onde o assassino se desfez da arma, mas avalia que a localização dela, bem como a análise das ligações feitas pelo professor para a vítima, não farão diferença para a condenação do acusado. A polícia ouviu até agora cinco testemunhas. Todas confirmaram que o educador passou a ameaçar a estudante após o término do relacionamento.
Transferência
Caso a Justiça não acate o pedido de relaxamento e de revogação de prisão feito pelos advogados de Rendrik Rodrigues, ele poderá ser encaminhado ainda hoje para o Complexo Penitenciário da Papuda. Existe ainda a possibilidade de ele ficar em uma cela especial, no Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Os investigadores sustentam que Rendrik preparou-se, inclusive, ao entregar o corpo da jovem na delegacia. O então professor de direito do UniCeub e coordenador adjunto do curso na Faculdade Projeção, em Taguatinga, ligou imediatamente após o homicídio para colegas de profissão e pediu orientação para o que fazer. Na unidade policial do Recanto das Emas, Rendrik disse aos agentes ter feito uma “besteira”.
Segundo a legislação brasileira, ao se apresentar espontaneamente, o autor de um crime poderia contar com o benefício de responder ao processo em liberdade. Rendrik, no entanto, não escapou da prisão preventiva, uma vez que o marido da vítima, Hélio Prado, registrou ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga centro) após receber uma ligação de Suênia dizendo que voltaria para Rendrik. A chamada ocorreu alguns minutos depois de ela e o educador terem deixado o UniCeub e pouco antes do homicídio. O marido não acreditou no que Suênia dizia, uma vez que eles almoçaram juntos e fizeram compras para viajar para Goiânia (GO) no dia seguinte. Ele ainda ficou com a sensação de que a companheira corria risco de morte.
Além de ligar para advogados, Rendrik entrou em contato por telefone com um colega delegado, da mesma unidade policial onde entregou o corpo. “É um crime bastante complicado porque envolve um operador do direito. Tenho a desconfiança de que ele tentou burlar a lei e usou a boa-fé dos investigadores. Isso também foi levado em conta pelo juiz que decretou a prisão preventiva dele”, explicou o delegado Nogueira.
Relaxamento
A prisão preventiva acabou determinada no último sábado pelo juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, do Núcleo de Plantão Judicial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). O magistrado analisou os fundamentos da detenção em flagrante e verificou haver indícios suficientes sobre o planejamento do crime. Por conta da ordem judicial, o professor deve permanecer preso até o julgamento, caso os pedidos de soltura dos advogados de defesa não sejam deferidos. Pelo menos três defensores estão empenhados para conseguir a liberdade do professor. Às 20h do último domingo, eles entraram com o pedido de relaxamento e de revogação da prisão.
No documento, os advogados argumentam que a prisão foi ilegal por não conter elementos suficientes para mantê-lo na cadeia. Também pediram que o juiz leve em consideração o fato de Rendrik ter residência fixa e nenhum antecedente criminal. Se o magistrado entender que houve apresentação espontânea, é possível que a detenção preventiva decretada seja revogada, como determina o Código de Processo Penal. O Correio tentou falar com o advogado do professor, Andrew Fernandes de Farias, mas, até o início da noite de ontem (3), ele não atendeu ou retornou as ligações.
Cilene Sousa de Farias, 34 anos, uma das irmãs de Suênia, ficou indignada ao saber do pedido de relaxamento de prisão. “Acredito que o magistrado vai ver o tanto que a minha irmã sofreu e que esse infeliz não teve nenhum pingo de piedade dela”, desabafou.
Investigação encerrada
A Polícia Civil encerrou as apurações sobre morte da estudante Suênia. Embora tivesse 10 dias para encaminhar o caso à Justiça, o delegado Ulysses de Oliveira, responsável pelo flagrante registrado na 27ª DP, deverá entregá-lo hoje ao Ministério Público do DF e Territórios, responsável por oferecer a denúncia ao Poder Judiciário. “O flagrante está concluído. Não se trata mais de investigação”, disse o investigador. O resultado da perícia feita no carro do marido da vítima, o Sandero prata no qual ocorreu o crime, e nos materiais apreendidos — celular e computadores de Suênia e do professor — serão anexados ao processo.
A arma usada no crime ainda não foi encontrada. O delegado Alexandre Nogueira acredita que Rendrik possa ter mentido sobre o local exato onde o assassino se desfez da arma, mas avalia que a localização dela, bem como a análise das ligações feitas pelo professor para a vítima, não farão diferença para a condenação do acusado. A polícia ouviu até agora cinco testemunhas. Todas confirmaram que o educador passou a ameaçar a estudante após o término do relacionamento.
Transferência
Caso a Justiça não acate o pedido de relaxamento e de revogação de prisão feito pelos advogados de Rendrik Rodrigues, ele poderá ser encaminhado ainda hoje para o Complexo Penitenciário da Papuda. Existe ainda a possibilidade de ele ficar em uma cela especial, no Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Fonte: Correioweb
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