domingo, 27 de maio de 2012

Massacre civis sírio governo nega responsabilidade em Hula

O governo sírio rejeitou neste domingo (27) qualquer responsabilidade no massacre denunciado por ativistas em Hula, no centro da Síria, onde morreram cerca de cem pessoas na sexta-feira (26), afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jihad Maqdissi, culpando supostos grupos terroristas.
"Mulheres, crianças e idosos foram mortos a tiros. Essa não é a marca do heróico Exército sírio", disse Makdissi em entrevista coletiva em Damasco.
Fontes da oposição elevaram o número de mortos contados no massacre a 109 civis, caracterizando um dos piores ataques nos 14 meses de revolta popular contra o presidente Bashar al-Assad. Outras fontes falam em cerca de 100 mortos.

Investigação



O Ministério de Relações Exteriores anunciou a criação de um comitê militar para investigar os fatos, um dia antes de o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, visitar o país.
O regime sírio já havia afirmado que o ataque se tratara da ação de grupos terroristas no sábado (26), quando exibiu na TV estatal as mesmas imagens usadas pela oposição mostrando os corpos das vítimas.



Segundo a versão apresentada pelo porta-voz do governo, por volta das 14h locais, "centenas de homens armados se reuniram em várias caminhonetes carregadas com armamento pesado, morteiros e metralhadoras".
"As forças terroristas se dirigiram a esta região que está protegida pelas tropas governamentais (...) e atacaram vários postos militares", acrescentou, explicando que utilizaram pela primeira vez "mísseis antitanque".
Maqdissi disse ainda que as tropas governamentais não avançaram e "responderam em legítima defesa".



Repercussão



As mortes repercutiram internacionalmente. O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o emissário internacional Kofi Annan, consideraram o ocorrido uma violação "espantosa e terrível" do direito internacional.
Além da França, que já havia exigido ação sobre o plano de paz da Síria na manhã deste sábado (26), o Reino Unido também apelou a uma "resposta internacional forte" em relação à Síria. O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, exigiu neste sábado uma "resposta internacional forte" para o "massacre" de Hula e anunciou a intenção de solicitar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Fonte: G1

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