O major da Polícia Militar José Maria Pereira de Oliveira se apresentou
nesta terça feira (8) no presídio militar Anastácio das Neves, em Santa
Isabel, no nordeste do Pará. A prisão de Oliveira foi determinada nesta
segunda-feira (7), após a Justiça considerar que ele não tinha mais
possibilidade de recorrer da condenação pelo envolvimento nas mortes de
19 trabalhadores rurais sem-terra em 1996. Oliveira foi condenado a 158
anos e 4 meses de prisão pelos crimes.
O advogado de Oliveira, Arnaldo Gama, disse que irá recorrer da prisão. Na segunda, Gama informou ao G1
que não considerava a sentença em transitado em julgado, isto é, em seu
entendimento, ainda cabe recurso contra a condenação do major.
Oliveira passará por triagem, avaliação psicológica e médica e, em
seguida, será encaminhado para uma cela onde estão detidas duas outras
pessoas.
Além do major, também foi preso nesta segunda o coronel da PM Mário
Colares Pantoja. Assim como Oliveira, Pantoja também foi condenado pela
morte dos sem-terra no episódio que ficou conhecido como "Massacre de
Eldorado dos Carajás", quando a Polícia Militar atirou contra
manifestantes que protestavam obstruindo a rodovia PA-150, no local
conhecido como "Curva do S".
O Massacre de Eldorado
O confronto entre policiais e manifestante do MST ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras na rodovia. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes.
O confronto entre policiais e manifestante do MST ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras na rodovia. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes.
Dos 155 policiais que participaram da ação, apenas Mário Pantoja e José
Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados. Os dois
pegaram penas que superam os 150 anos de prisão. Eles chegaram a ser
presos, mas foram soltos e respondiam em liberdade por força de um
habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, concedido em 2005.
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