A antropóloga Maria*, 48 anos, não imaginava ter uma arma apontada para o rosto em pleno Setor Bancário Sul, à luz do dia. Rendida por três bandidos, ela sofreu agressões físicas e psicológicas por mais de duas horas, até ser amarrada e amordaçada num matagal próximo ao Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião. A mulher entrou para as estatísticas de um crime que avança há décadas no Distrito Federal, o sequestro relâmpago. Nos três primeiros meses de 2012, 204 brasilienses tiveram a liberdade restringida por minutos ou até horas, uma média de dois casos a cada 24 horas. Em relação a 2011, o crescimento foi de 53,4%, quando 133 pessoas se tornaram vítimas.
Fevereiro registrou a maior alta: 128% na comparação com o mesmo período de 2011. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, contribuiu para a escalada do delito a Operação Tartaruga, deflagrada por policiais militares, que teve o seu auge justamente nesse mês. O protesto de praças e oficiais consistia em atrasar o atendimento de ocorrências. A ousadia dos sequestradores, que agora não atacam somente em lugares ermos e escuros, também explica os números elevados.
A antropóloga, por exemplo, foi abordada às 15h45 de quarta-feira, em frente a uma movimentada agência bancária. Ela manobrava o carro para sair do estacionamento quando um adolescente de 16 anos se aproximou e pediu uma carona para a Rodoviária do Plano Piloto. Sensibilizada, a mulher autorizou o jovem a entrar no veículo. Instantes depois, outros dois garotos entraram no banco de trás dizendo que também queriam tomar a condução. Nesse instante, a vítima percebeu que o trio estava mal-intencionado.
Fonte: Correio Braziliense
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