O inquérito sobre a morte da bebê Azaria Chamberlain, ocorrida há 30 anos, foi reaberto na Austrália para tentar resolver a questão.
Os pais da criança, Lindy Chamberlain-Creighton e Michael Chamberlain, sempre disseram que Azaria havia sido levada por um dingo, um cão selvagem australiano, enquanto acampavam no deserto.
A mãe, Lindy, foi condenada pela morte da filha em 1982, mas a condenação foi revogada. Outro inquérito a respeito do desaparecimento e morte de Azaria, de 1995, teve um veredicto inconclusivo.
Mas os pais de Azaria querem que a Justiça australiana culpe oficialmente o cão selvagem pelo desaparecimento do bebê.
O caso serviu de inspiração para o filme Um Grito no Escuro, de 1988, com Meryl Streep e Sam Neill.
"Animais perigosos"
Segundo a rede de TV australiana ABC, o advogado dos pais de Azaria forneceu durante a audiência dezenas de provas de ataques de dingos desde os anos 80. Nestes ataques, a maior parte das vítimas era de crianças.
Segundo o advogado, se estas provas tivessem sido apresentadas em 1995, a Justiça teria determinado que um dingo foi o responsável pelo desaparecimento de Azaria.
"Isto me dá esperanças de que, desta vez, os australianos vão finalmente ser alertados e perceber que dingos são animais perigosos, e eu também espero que isto resulte em uma descoberta final que fechará o inquérito sobre a morte de minha filha", disse Lindy Chamberlain-Creighton a jornalistas, quando a audiência foi suspensa.
Desde que Azaria desapareceu de um acampamento perto de Ayers Rock, em 1980, o público australiano tem dúvidas se a criança foi mesmo levada por um dingo.
Em 1982, Lindy Chamberlain-Creighton foi considerada culpada do assassinato de Azaria e condenada à prisão perpétua. Michael Chamberlain, que se separou de Lindy, foi considerado culpado por ajudar no crime.
A condenação foi suspensa três anos depois, quando, por acaso, foram descobertos fragmentos da roupa de Azaria em uma região cheia de tocas de cães selvagens.
No entanto, os pais de Azaria continuaram sendo alvo de insinuações e fofocas, segundo correspondentes na Austrália, e, enquanto a causa oficial da morte de Azaria não for determinada, os boatos devem continuar.
Este é o quarto inquérito a respeito da morte do bebê na década de 80 e também levantou questões a respeito da periculosidade dos cães selvagens australianos, os dingos.
O governo do Estado australiano de Queensland informa em sua página oficial que, como qualquer animal selvagem, o dingo é imprevisível, não pode ser "treinado ou domado".
Especialistas afirmam que estes animais são naturalmente tímidos e cautelosos, evitando a presença de humanos quando podem.
"Eles podem ser curiosos, mas são muito cautelosos e suspeitam de qualquer coisa que ocorra em seu território", disse David Jenkins, especialista em dingos da Universidade Charles Sturt, em Nova Gales do Sul.
Segundo Jenkins, se houver alguma ameaça grave, como qualquer animal selvagem, o dingo vai proteger o território e pode ficar "agressivo".
Fonte: R7
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