quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Família de desaparecido no DF pede que Polícia Federal investigue o caso

Os familiares do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, que sumiu no Distrito Federal há mais de cem dias, pediram nesta terça-feira (17) ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal investigue o caso. O desaparecido é suspeito de furto a chácara de um PM e foi levado à 31ª delegacia de polícia, em Planaltina, no dia 27 de maio. Depois da abordagem policial, ele nunca mais foi visto.
Antônio - Depois da abordagem policial, ele nunca mais foi visto.

O advogado da família de Araújo, Lairson Bueno, disse que o apelo pela entrada da PF no caso é por causa da falta de respostas por parte das polícias Civil e Militar. “Pedimos que a Polícia Federal entre no caso porque entendemos que está muito lenta a apuração por parte da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar com relação à apuração do desaparecimento de Antônio”, afirmou.
O desaparecimento é investigado pela Polícia Civil e o suposto envolvimento de policiais militares com o caso, pela corregedoria da PM.
Segundo a defesa da família, o pedido para que a PF entre no caso foi entregue à Ouvidoria do Ministério da Justiça. Conforme Bueno, a pasta pediu dez dias para se pronunciar.

“O encaminhamento da denúncia vai ser feito ao ministro da Justiça, que, por sua vez, vai decidir sobre a entrada da Polícia Federal no caso ou pedir novas informações ao governo do Distrito Federal.”

Investigação
A Polícia Civil investiga o caso por meio da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS).  Até esta segunda, a polícia afirma que ouviu parentes do desaparecido, dois agentes da delegacia de Planaltina e cinco dos seis PMs envolvidos no caso. O sexto está de licença.

Os seis PMs – dois sargentos e quatro cabos – que levaram Araújo à delegacia são investigados também pela Corregedoria da Polícia Militar. Em 26 de agosto – mais de 90 dias após o desaparecimento de Araújo –, o órgão instaurou inquérito que investiga suposto crime militar. A corregedoria não informa sobre o andamento das investigações.
A DRS ainda aguarda as gravações das conversas entre os policiais das duas viaturas que abordaram o rapaz, além do percurso feito por elas.
“Até agora, não houve perícia das viaturas da PM, não houve georastreamento das viaturas policiais, como ocorreu no caso de Amarildo, no Rio de Janeiro. Também não houve confronto de DNA, mesmo passados 110 dias do desaparecimento de Antônio”, declarou o advogado Lairson Bueno.
Além do Ministério da Justiça, a defesa já acionou a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no DF. A secretaria afirmou que o caso será encaminhado à Polícia Civil do DF e ao Ministério Público.
A OAB-DF informou ao G1 no último dia 9 que o caso será tratado como prioridade e que um conselheiro será designado relator do caso e analisará a denúncia. “Se houver indício de que o Estado causou o desaparecimento, acionamos o poder Judiciário contra o Estado. Nos colocamos como guardiões do cidadão em face do Estado”, falou a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Indira Quaresma.
'Amarildo do DF'
O caso do desaparecimento de Antônio de Araújo se assemelha ao do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, ocorrido em 14 de julho, na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro. Amarildo desapareceu após ter sido levado por policiais em um carro da PM do Rio.
Duas guarnições da PM abordaram Antônio de Araújo na madrugada do dia 27 de maio, em uma chácara do Núcleo Rural Córrego do Atoleiro, em Planaltina, por causa de uma suspeita de furto. De acordo com a Polícia Civil e com a família do desaparecido, a chácara supostamente furtada pertence a um policial militar.
Para a família, Antônio de Araújo foi assassinado. “Meu irmão foi preso às 4h40 e teria chegado à delegacia às 5h20. Foram duas viaturas para prender meu irmão, mas apenas uma chegou à 31ª DP. Não acredito que meu irmão foi até a delegacia”, disse Maurício de Araújo, irmão de Antônio.
A principal hipótese para o delegado Leandro Ritt, da Divisão de Repressão a Sequestro, é de abandono do lar. Ele afirma que, apesar de não ter tido "comportamento de ladrão", Araújo era uma pessoa "desorientada" por causa do alcoolismo.
O diretor da Polícia Civil, Jorge Luiz Xavier, disse ter tido a informação de que Araújo tinha problemas mentais. “Parece que ele tinha algum distúrbio mental ou tendência a isso. A DRS, que está cuidando desse caso, já tentou de todo jeito. Já fizemos buscas nos IMLs da redondeza, para ver se o corpo dele apareceu em algum lugar e nada.”
Fonte: G1

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