A Polícia Civil de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, indiciou pelos crimes de abandono de incapaz e lesão corporal uma monitora da creche municipal Neusa Nadir Graf, no Bairro Boa Esperança, onde em abril um menino de um ano e quatro meses levou mais de trinta mordidas, provocadas por outra criança da mesma sala. O inquérito foi concluído na última semana. A secretaria de Educação da cidade também instaurou uma sindicância para apurar o caso. A profissional continua afastada de suas funções.
No dia 16 abril, data em que aconteceu o incidente, a mãe do bebê, Carla Werleng, disse que deixou o filho na creche e, por volta de meio-dia, a diretora da unidade escolar teria ligado para Carla e informado que o filho da mulher teria sido encaminhado para o hospital da cidade.
‘’Ela [a diretora] falou que a criança tinha sofrido um acidente na creche e era para a irmos para o hospital que já estavam levando a criança. Perguntamos o que era, e eles disseram que era grave e era pra ir lá”, disse a mãe.
No hospital, a mãe foi informada que a criança teria sido mordida em um intervalo de cinco minutos, quando uma das monitoras se afastou para beber água. “Eu acho que em cinco minutos uma criança da idade dele jamais faria o que ele fez. Ia dar uma ou duas mordidas e não mais de 30 mordidas como ele deu”, desabafou Carla.
A diretora e mais quatro monitoras da creche municipal prestaram depoimento à polícia no dia 23 do mesmo mês sobre o caso. De acordo com a polícia, elas eram as últimas pessoas que faltavam para ser ouvidas. Segundo a polícia, as testemunhas relataram que durante a agressão só havia apenas uma monitora para cuidar da sala, que tinha 13 crianças.
Conforme o delegado Bráulio Junqueira, a monitora teria deixado a sala por cinco minutos e na ausência, uma outra criança já estava em cima do bebê mordendo a vítima de forma constante.
Em seu depoimento, a monitora explicou ainda à polícia que comunicou a direção sobre o episódio e que levou a criança para atendimento médico. Um dia depois do fato, a mãe do bebê denunciou a direção da creche à polícia dizendo que o menino havia sido levado para um hospital porque teria sofrido um acidente.
Depois do ocorrido o menino não foi mais à creche e passou a ficar com a mãe que deixou o trabalho. A criança ainda deve ser submetida a novos exames médicos para apurar se o olho direito foi afetado pelas mordidas.
Fonte: G1
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