O cirurgião plástico que operou a Miss Jataí Turismo, em Goiânia, já teria feito outra vítima em junho deste ano na cidade de Jataí, no sudoeste do estado, segundo informações da família. A funcionária pública Raila Silva Leal Carvalho, de 32 anos, morreu após fazer um procedimento de lipoaspiração em um hospital particular da cidade.
Modelo morre após fazer cirurgia para colocar silicone nos seios
De acordo com o atestado de óbito assinado pelo médico a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória. Mas para a família a mulher foi vítima de erro médico. “Ela não tinha dor de cabeça, não sentia nada. Só dava orgulho para gente”, diz o pai Saulo Leal.
A família, que mora em Santa Rita do Araguaia, já entrou na justiça para pedir o esclarecimento da morte. “Não existe. Uma pessoa que entra sã e em questão de três horas a gente ter uma notícia dessas”, lamentou o viúvo da funcionária Nelson Dias.
A cidade de Santa Rita do Araguaia fica na divisa com o estado do Mato Grosso e com a cidade mato-grossense de Alto Araguaia. Segundo a família, o médico também é bastante conhecido na região e várias mulheres já teriam sido operadas por ele. O médico teria uma secretaria que fica na região e seria responsável pela agenda dele. Ela faz a intermediação com os pacientes e programa a data e o horário das consultas.
O cirurgião atende no Hospital Samaritano de Alto Araguaia. De acordo com a recepcionista ele vai à cidade a cada três meses para realizar as consultas. Já as cirurgias são realizadas em Jataí e Goiânia. “Ele veio aqui e atendeu na semana passada. Essa semana não”, disse a funcionária.
Miss Jataí Turismo
No último sábado (1) a Miss Jataí Turismo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, também teve uma parada cardíaca depois de um procedimento para colocar prótese de silicone nos seios. De acordo com a família, o pré-operatório foi em uma clínica em Jataí, mas a cirurgia foi realizada no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia.
Louanna Adrielle Castro Silva, de Jataí, teve duas paradas cardíacas
Segundo o cunhado da vítima, Leandro Cabral, a modelo já tinha feito o procedimento na mama direita, mas sofreu uma parada cardíaca ao receber a prótese na mama esquerda. Sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital, a jovem teve de ser encaminhada para outra unidade, mas não resistiu.
O G1 entrou em contato com o hospital, mas informação foi de que ele não atende no local, somente realiza cirurgias e, por isso, não teria como encontrá-lo. Na clínica em Jataí, o telefone não atendeu.
Sonho
Segundo a família, Louanna sonhava com a cirurgia. “Aquela menina era linda demais, mas ela não gostava dos seios e queria colocar silicone. Então, eu apoiei o sonho dela”, afirmou Giuliano Cabral, em entrevista ao G1, na tarde de segunda-feira (3). Ele vivia com a jovem há sete anos.
O problema maior, segundo Giuliano, é que o médico que operou a jovem não teria esclarecido que a UTI não ficava no hospital: “Na verdade, ele falou que a gente tinha duas opções. Ele operava aqui em Jataí ou em Goiânia. Preferimos Goiânia justamente por causa da UTI, mas ele não explicou que a unidade não tinha UTI. Pelo contrário, ele nos disse que estava tudo tranquilo”.
Dênia Ferreira de Castro Silva, mãe da modelo disse que está inconformada com a morte da filha. “Ela era um doce, um amor, amiga, companheira. Nunca me deu trabalho. Ela me obedecia e só não me obedeceu nisso. Falei para ela não fazer a cirurgia, mas era o sonho dela”, lamentou a mãe, em entrevista à TV Anhanguera.
Investigação
A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar as causas da morte da modelo. Para concluir as investigações, a polícia precisa do resultado dos laudos do Instituto Médico Legal (IML). Um deles, o toxicológico, vai apontar se a jovem tinha ou não a presença de drogas no organismo.
O exame foi pedido porque o laudo médico sobre a morte dizia que a jovem sofreu as paradas cardíacas porque seria usuária de entorpecentes, versão contestada pela família. O resultado do exame toxicológico pode levar mais de um ano para ficar pronto, segundo o IML.
A delegada titular do 13º Distrito Policial de Goiânia, Mirian Aparecida Borges de Oliveira, o caso já começou a ouvir as testemunhas. “Tão logo que nós ouvirmos os familiares, nós vamos oficiar a diretoria do hospital para que apresente o primeiro médico, que é o cirurgião plástico, e depois os demais profissionais que participaram dessa cirurgia”, explica a delegada.
Fonte: G1
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