O cabo da Polícia Militar e a esposa que havia sido raptada por ele foram encontrados mortos em um cafezal na noite desta sexta-feira (13), em Boa Esperança (MG). De acordo com a PM, o dono da fazenda encontrou os corpos dentro do carro do policial com perfurações na cabeça. A polícia acredita que o cabo Marlúcio Ferreira Migliorini, de 38 anos, atirou em Adicéia dos Reis Vagas Migliorini, de 32 anos, e se matou em seguida.
Pelo estado em que os corpos foram encontrados, a PM suspeita que o crime tenha ocorrido momentos após o rapto, durante o período da manhã. O casal não morava mais junto desde o ano passado. Eles deixam dois filhos, de 14 e 12 anos, que ficam agora sob os cuidados dos avós materno e paterno.
Segundo o advogado responsável pelo cabo, Antônio Roberto Rezende, o casal já havia feito a separação de corpos e aguardava uma audiência para uma tentativa de conciliação. A advogada de Adicéia, Raquel Piconez Vieira Gomes Oliveira, informou que as ameaças sofridas pela vítima eram constantes e que ela já havia aconselhado a mulher a sair da cidade, pois ela havia sido ameaçada de morte durante a semana pelo policial. A advogada ainda afirmou que o cabo fazia uso constante de bebida alcoólica.
Os corpos já foram liberados pelo IML de Varginha (MG) e vão ser velados na tarde deste sábado (14). O policial vai ser sepultado às 16h e a ex-esposa às 17h, ambos no Cemitério Municipal de Boa Esperança.
O caso
O rapto aconteceu na manhã desta sexta-feira (13). Policiais Militares fizeram buscas na cidade pelo casal, que estava desaparecido. Segundo a advogada de Adicéia, o casal tem um histórico de brigas e o divórcio já corre na Justiça há dois meses.
Recentemente, a mulher conseguiu o benefício da separação de corpos, o que significa que o policial não poderia se aproximar dela. "Ela estava indo para o trabalho com uma amiga quando ele parou o carro e obrigou ela entrar”, disse a advogada ao G1.
Ainda conforme Raquel, a mulher já havia tentado registrar boletins de ocorrência por diversas vezes contra o marido. Mas segundo ela, por ele ser um policial militar, ela nunca conseguiu. "Nós só conseguimos depois que eu estive junto com ela e ela registrou. No dia 11 de fevereiro eles tiveram uma briga, mas os policiais militares foram ao local, o acalmaram e limparam a cena do crime. Não quiseram registrar o caso. Se a polícia tivesse feito o trabalho deles, isso não teria acontecido", disse a advogada.
A OAB de Boa Esperança e a Polícia Civil têm entendimentos diferentes se o caso seria tratado como sequestro ou rapto. Para a Ordem dos Advogados do Brasil, se tratou de sequestro, já que o policial não tem mais nenhuma relação familiar com a mulher. A Polícia Civil não informou como o caso seria tratado.
Fonte:G1
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