Operação é realizada no Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo. Até as 9h30, polícia havia cumprido 14 dos 15 mandados de prisão
A Polícia Civil realiza na manhã desta segunda-feira (11) uma
megaoperação para prender suspeitos de aplicar golpes milionários em
bancos. A ação acontece nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo.
A ação visa cumprir 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.
Até as 9h30, 14 mandados de prisão tinham sido cumpridos, 11 deles no Rio de Janeiro,
e uma pessoa havia sido presa em flagrante por porte de arma no
Espírito Santo. No mesmo horário, os agentes continuavam as buscas por
um foragido no Paraná.
Por volta das 6h30, policiais da 54ª DP (Belford Roxo) — que coordena a
ação —, prenderam Rogério Manso Moreira, em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense. Segundo o delegado Felipe Curi, Rogério, que é ex-candidato
a deputado, agia como lobista com o primo, o irmão e o tio - todos
também presos-, para arrecadar dinheiro. De acordo com a polícia, o
grupo é responsável por 554 casos de estelionato.
"É uma quadrilha que age, principalmente na Baixada Fluminense, mas tem
tentáculos em outros estados também. É uma quadrilha especializada em
golpes bancários milionários, uma das maiores do país. Em dois anos,
eles movimentaram quase R$ 40 milhões, adquiriram 82 caminhões que eram
usados para lavar dinheiro e usavam ainda empresas de fachada para
praticar o crime", explicou Curi.
De acordo com o delegado, os integrantes da quadrilha faziam a proposta
para que pequenas empresas fizessem um trabalho para a prefeitura. No
entanto, em troca, esses microempresários tinham que aumentar o capital
da mesma. Para que isso acontecesse, eles faziam grandes empréstimos nas
instituições financeiras.
"Quando este empresário percebia que não tinha condições de arcar com o
custo, os lobistas transferiam a empresa para algum laranja, que também
pertencia à quadrilha. E aí era feita uma pirâmide de empréstimo com
outras várias empresas", acrescentou. Ainda de acordo com o delegado,
entres os presos está um assessor da prefeitura, identificado como
Rogério Ramos. Os criminosos agiam principalmente nos municípios de São
João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu,
na Baixada.
Caminhões adquiridos
O delegado explicou ainda que os empréstimos variavam de R$ 1 mihão a R$ 3 milhões e, com isso, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, que estão espelhados pelo país e foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro.
O delegado explicou ainda que os empréstimos variavam de R$ 1 mihão a R$ 3 milhões e, com isso, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, que estão espelhados pelo país e foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro.
"Eles colocaram em empresas de fachada e esses caminhões que dão uma
renda para eles. Cada caminhão pode ser alugado por até R$ 5 mil por
mês", concluiu.
A megaoperação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 56ª DP (Comendador Soares), 64ª DP (São João de Meriti), 51ª DP (Paracambi) e 50ª DP (Itaguaí).
A megaoperação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 56ª DP (Comendador Soares), 64ª DP (São João de Meriti), 51ª DP (Paracambi) e 50ª DP (Itaguaí).
Sigilo bancário e fiscal
Ainda segundo o delegado, a polícia quebrou o sigilo bancário de 35 empresas e 173 contas correntes foram analisadas. Além disso, houve 36 contas interceptadas e 70 mil registros entre ligações e mensagens vasculhados.
Ainda segundo o delegado, a polícia quebrou o sigilo bancário de 35 empresas e 173 contas correntes foram analisadas. Além disso, houve 36 contas interceptadas e 70 mil registros entre ligações e mensagens vasculhados.
O empréstimo variava de R$ 50 mil a R$ 200 mil. "Eles precisavam de
empresas com CNPJ antigos para dar continuidade aos empréstimos e quando
essas empresas não conseguiam arcar com o valor pego no banco, eles
colocavam um laranja deles como sócio dessas empresas. Esses laranjas na
maioria das vezes eram pessoas analfabetas", relatou.
O delegado disse ainda que com este esquema, empresas que tinham o capital inicial de R$ 20 mil passavam a ter R$ 5,7 milhões.
A investigação durou sete meses e os presos responderão por lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica.
Fonte: G1
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