Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o suspeito entra na garagem durante uma tentativa de assalto que acabou com uma criança de 2 anos morta em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no sábado (15). O menino foi enterrado no domingo (16), na mesma cidade.
As imagens mostram João Pedro Avelar Cotta no colo do pai, Sandro Magno Cotta, enquanto ele manobrava os carros com a mulher, na garagem de casa. Quando ele guardava o último veículo, o suspeito entra no local. Depois disso, o criminoso aparece correndo para fora da residência e Cotta, baleado, atrás dele.
Segundo a PM, o pai contou que foi abordado pelo suspeito quando entrava na garagem de casa. Ele teria pedido ao suspeito para tirar a criança antes de entregar a chave do carro e abaixou para pegar o filho. Neste momento, de acordo com a polícia, o suspeito fez três disparos. Um deles acertou a criança.
O corpo da criança de dois anos, baleada em uma tentativa de assalto foi enterrado no fim da tarde deste domingo. Em meio a um clima de revolta, parentes e amigos da família participaram do sepultamento de João Pedro, por volta das 17h no Cemitério Municipal da Glória.
Sandro Magno Cotta, que também foi atingido por disparos, estava internado em um hospital da cidade e foi liberado pela equipe médica somente para acompanhar o funeral. Emocionado e amparado por uma cadeira de rodas, o engenheiro, que vestia roupas das unidade de saúde, pediu justiça.
Ele afirma não querer mal ao homem que matou o filho. "Eu quero é justiça. Que as autoridades, Polícia Militar resolva, encontre essa pessoa e faça justiça, que eu não quero fazer justiça com a minha mão, com as minhas mãos. Eu quero só justiça, mais nada", diz.
"Eu estava na garagem da minha casa, com meu filho. A garagem estava aberta, aí passou um menino, entrou dentro da garagem e pediu a chave do carro. Eu pedi para ele calma. ‘Tenha paciência, fica calmo, eu vou te dar a chave’", relata Cotta.
O pai não acredita que os disparos foram acidentais. "Foi consciente, não foi acidental. E meu filho estava no meu braço esquerdo. Então, meu filho recebeu primeiro a bala e ele serviu como escudo pra mim. E esse escudo me salvou, mas matou ele", afirma emocionado.
O assaltante fugiu sem levar nada, e Cotta ainda tentou seguí-lo. "Na hora que meu filho tomou o tiro, eu senti que ele morreu na hora, que o tiro foi no coração. E eu tentei, depois que minha mulher pegou ele, eu tentei correr atrás do cara, mas não consegui correr, porque estava sentindo muita dor no braço. Tomei duas balas aqui no peito", conta.
Pai e filho foram socorridos para um hospital da região, mas o garoto não resistiu aos ferimentos. Após o enterro, Sandro Magno Cotta vai retornar à unidade de saúde e deve ser submetido a uma cirurgia.
Até a publicação desta reportagem, o suspeito não havia sido preso.
Fonte: G1
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