Na madrugada de 5 de março de 2012, um ataque coordenado atribuído à Al-Qaeda resultou na morte de pelo menos 27 policiais em Haditha, cidade sunita na província de Al-Anbar, oeste do Iraque, a 210 km de Bagdá. Cerca de 50 homens armados, alguns usando uniformes militares e veículos do Ministério do Interior, iniciaram a operação por volta das 2h (horário local), invadindo a cidade por suas entradas leste e oeste, segundo o coronel Owaid Jalaf, da polícia local.
O grupo atacou checkpoints e residências, matando 12 policiais em confrontos iniciais. Entre as vítimas estão um coronel, Mohammed el-Chauffer, ex-comandante da unidade de emergência, e o capitão Khaled Mohammed Sayil. Ambos foram sequestrados de suas casas e encontrados mortos posteriormente, o primeiro em um mercado da cidade. Três seguranças do coronel também foram assassinados. O Dr. Fadel el Nemraoui, diretor do hospital de Haditha, confirmou a chegada de 27 corpos de policiais e três feridos.
De acordo com o porta-voz da polícia, major Tarek Sayeh Hardan, os atacantes usaram mandados de prisão falsos para desarmar policiais em checkpoints, confiscando seus celulares antes de executá-los. Um dos insurgentes foi morto, mas a maioria fugiu em carros civis, escapando para o deserto de Jazeera, ao norte. Folhetos da Al-Qaeda encontrados em um veículo abandonado reforçaram a autoria do grupo, que visava semear caos e ampliar tensões sectárias entre sunitas e xiitas, segundo autoridades.
Haditha, que já foi um reduto insurgente sunita após a invasão americana de 2003, viveu seu último grande ataque em março de 2011, quando um homem-bomba matou nove pessoas em um banco. A cidade também foi marcada pelo massacre de 2005, quando fuzileiros navais dos EUA mataram 24 civis, incluindo crianças, em um dos episódios mais graves de crimes de guerra no Iraque. Após o ataque de 2012, a polícia impôs um toque de recolher e, junto ao Exército e forças provinciais, intensificou buscas na região.
O incidente destaca a persistência da violência sectária e os desafios enfrentados pelas forças de segurança iraquianas após a retirada das tropas americanas em 2011. Para mais análises sobre conflitos e segurança global.
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