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Voo Rasante de Caça Mirage F-2000 Estilhaça Fachada do STF em Cerimônia na Praça dos Três Poderes




Na manhã de 1º de julho de 2012, um incidente inusitado marcou a cerimônia mensal de troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um caça Mirage F-2000 da Força Aérea Brasileira (FAB), durante um voo rasante, gerou uma onda de choque que estilhaçou a fachada de vidro do Supremo Tribunal Federal (STF). O prédio foi isolado para retirada dos vidros, mas, felizmente, ninguém se feriu. Inicialmente, houve relatos de danos em um anexo do Senado, mas a assessoria do Congresso confirmou, após vistoria, que não houve prejuízos no local.
O evento, que começou por volta das 10h20, contava com a participação de dois caças Mirage F-2000 e uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, sob responsabilidade do Comando da Aeronáutica e do Sexto Comando Aéreo Regional. Segundo a FAB, o Mirage F-2000, capaz de atingir 2,2 vezes a velocidade do som (mais de 330 m/s), voava a cerca de 1.100 km/h, excedendo o limite recomendado para demonstrações públicas. Embora a barreira do som não tenha sido quebrada, o deslocamento de ar foi suficiente para romper as vidraças, incluindo 65 de grande porte e dezenas de vidros menores no STF, com prejuízo estimado em R$ 35 mil, arcado pela Aeronáutica.
Testemunhas relataram o susto com a passagem extremamente baixa do caça. “O jato passou muito baixo, levantou poeira, tremeu o chão e o vidro quebrou. Não estava esperando”, disse o estudante Lucas da Silva. Ismail da Silva, outro espectador, notou que “chegou a abrir a copa das árvores. Assustou”. O vendedor Matheus Carvalho reforçou: “Eu estava distraído e do nada ele apareceu. Estava muito baixo”. Delmary Vasconcelos, recém-chegada a Brasília, destacou o barulho ensurdecedor: “O barulho não dá para ouvir nada. Só notei os vidros quebrados depois”.
A FAB emitiu uma nota oficial, assinada pelo brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, informando que iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias e prometeu ressarcir os danos. O piloto líder, do 1º Grupo de Defesa Aérea (Esquadrão Jaguar), em Anápolis (GO), foi temporariamente afastado e submetido a uma avaliação operacional. A investigação concluiu que ele agiu com imprudência ao permitir que a velocidade atingisse 1.100 km/h, gerando a onda de choque. Apesar disso, o piloto, com mais de 10 anos de experiência, não foi punido, recebendo apenas orientações e retornando às atividades em 26 de julho.
O incidente, que também danificou janelas de residências no Lago Sul e em anexos do Senado até o 23º andar, gerou debates sobre a segurança de voos rasantes em áreas urbanas. O STF interditou a sala do presidente, ministro Ayres Britto, que trabalhou temporariamente no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A substituição dos vidros começou em 3 de julho e levou cerca de duas semanas.

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