As novas contribuições ao Fundo
Monetário Internacional prometidas por seus membros já somam US$ 456
bilhões no primeiro dia da cúpula do G20, informou a diretora-gerente do
FMI, Christine Lagarde. A dirigente do Fundo saudou as contribuições,
que incluem US$ 43 bilhões da China, US$ 10 bilhões do Brasil e mais US$
10 bilhões do México. Rússia e Índia - que
integram o BRICS com Brasil, China e África do Sul - também prometeram
10 bilhões de dólares, mas os sul-africanos se limitaram a 2 bilhões de
dólares. "Países grandes e pequenos se uniram para atender o nosso
apelo, e outros poderão aderir. Saúdo este compromiso com o
multilateralismo que resulta em promessas de 456 bilhões de dólares, o
que quase duplica nossa capacidade de empréstimo", assinalou Christine
Lagarde."No total, 37 países membros do Fundo, que
representam cerca de três quintos das cotas da organização, se uniram a
este esforço coletivo. Estes recursos estarão disponíveis para prevenção
e solução de crises e para cumprir com as necessidades potenciais de
financiamento de todos os membros do FMI". No caso
específico do BRICS, a contribuição está vinculada à implementação, por
parte do FMI, da reforma do organismo aprovada em novembro de 2010 e que
estabelece um aumento do poder de voto de várias nações emergentes no
Fundo. Os presidentes dos BRICS "concordaram em incrementar os recursos
disponíveis para o Fundo Monetário Internacional (...) contanto que
estes recursos sejam utilizados apenas depois dos atuais disponíveis".
"Além disso, todas as reformas do FMI acertadas em 2010 serão
completamente implementadas a tempo, incluindo uma reforma de voto",
destaca um comunicado do grupo.
Os BRICS também analisaram a possibilidade de se criar um fundo "virtual" de reservas para fomentar um intercâmbio de moedas que dinamize suas relações comerciais e reduza o impacto da crise financeira.
"Resolvemos iniciar estudos para a criação de um fundo virtual de reservas de modo que possamos realizar ''swaps'' entre os BRICS", revelou o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo Mantega, os países do BRICS têm a capacidade de "dar mais dinamismo à economia internacional", mas para tal é necessário que adotem medidas para "estimular" o comércio entre si.
Os Estados Unidos pediram à União Europeia e ao FMI que renegociem os termos da ajuda à Grécia para permitir que Atenas tenha mais tempo para cumprir os compromissos assumidos com o plano de socorro. "Há muito espaço de negociação para as duas partes" e é possível discutir um novo acordo que dê mais tempo à Grécia para cumprir com suas obrigações, disse a subsecretária do Tesouro Lael Brainard em Los Cabos. "Esperamos ver de parte dos sócios europeus e do FMI (Fundo Monetário Internacional) o reconhecimento de que o programa da Grécia descarrilou durante um tempo em parte porque houve um prolongado processo político e ficaram sem governo". As eleições gerais gregas deste domingo deram a vitória ao partido conservador Nova Democracia, partidário do euro, mas por pequena margem. Como consequência, o FMI se manifestou aberto a uma renegociação dos elementos do crédito de 130 bilhões de euros concedido a Atenas.
No projeto de declaração final da cúpula, o G20 "se compromete a adotar as medidas necessárias para reforçar o crescimento mundial e restaurar a confiança".
"Atuaremos conjuntamente para reforçar a recuperação e responder às tensões dos mercados financeiros (...) e os Bancos saudáveis, capazes de emprestar, são essenciais para a recuperação mundial". O grupo também manifesta sua disposição de lutar contra o protecionismo "sob todas as formas" e de promover a criação de empregos no planeta.
Fonte: Terra
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