G20: FMI Recebe US$ 456 Bilhões em Contribuições, com Destaque para o BRICS
No primeiro dia da cúpula do G20, realizada em Los Cabos, México, em junho de 2012, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que seus membros prometeram contribuições totalizando US$ 456 bilhões para fortalecer a capacidade de resposta do organismo a crises financeiras globais. A informação foi divulgada pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que celebrou o esforço coletivo de 37 países, representando cerca de 60% das cotas do Fundo. “Países de todos os tamanhos se uniram, quase dobrando nossa capacidade de empréstimo”, destacou Lagarde, sinalizando que mais nações podem aderir.
Entre os destaques estão as contribuições do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A China comprometeu US$ 43 bilhões, enquanto Brasil, México, Rússia e Índia ofereceram, cada um, US$ 10 bilhões. A África do Sul contribuiu com US$ 2 bilhões. Essas doações, no entanto, estão condicionadas à implementação da reforma do FMI aprovada em 2010, que prevê maior poder de voto para economias emergentes. Em comunicado, os líderes do BRICS reforçaram que os recursos adicionais só serão usados após a exaustão dos fundos atuais e exigiram a conclusão das reformas, incluindo a redistribuição de votos.
Iniciativas do BRICS
Além das contribuições ao FMI, os BRICS discutiram a criação de um fundo “virtual” de reservas para facilitar “swaps” de moedas, uma medida que visa impulsionar o comércio entre os países do bloco e reduzir a vulnerabilidade à crise financeira global. “Estamos iniciando estudos para criar esse fundo e dinamizar nossas relações comerciais”, afirmou o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega. Ele destacou o potencial do grupo para injetar vigor na economia mundial, desde que medidas concretas sejam tomadas para estimular o intercâmbio comercial.
Crise Grega e Declaração do G20
Outro ponto de destaque na cúpula foi a situação da Grécia. Os Estados Unidos, por meio da subsecretária do Tesouro, Lael Brainard, defenderam que a União Europeia e o FMI renegociem os termos do pacote de socorro de € 130 bilhões concedido a Atenas, oferecendo mais tempo para o país cumprir suas obrigações. A proposta surge após um período de instabilidade política na Grécia, agravado por eleições gerais em 17 de junho, que deram vitória apertada ao partido Nova Democracia, favorável à permanência no euro. O FMI sinalizou abertura para revisar os termos do acordo.
No projeto de declaração final do G20, os líderes se comprometeram a adotar medidas para fortalecer o crescimento global, restaurar a confiança nos mercados e combater o protecionismo “em todas as suas formas”. O grupo também enfatizou a importância de bancos sólidos para a recuperação econômica e a necessidade de promover a criação de empregos em escala global. “Atuaremos juntos para responder às tensões financeiras e apoiar uma economia mundial mais robusta”, diz o texto.
A cúpula reforça o papel do multilateralismo em tempos de incerteza econômica, com o BRICS emergindo como peça-chave nas discussões sobre o futuro financeiro global.
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