sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Assassinato do ex-superintendente da PF foi planejada pelo estudade de direito

Três golpes de botijão de gás e asfixiamento com um saco plástico. Essas foram as causas da morte do delegado aposentado Hélio Romão Damaso, 75 anos, segundo teria confessado o executor do crime à Polícia Civil do DF. Ontem, foram apresentados os três suspeitos de envolvimento no assassinato. De acordo com a corporação, o crime está desvendado e trata-se de um latrocínio (roubo com morte). As investigações apontam que a caminhonete Toyota Hilux do ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia foi encomendada pelo estudante de direito Marlondreson Mesquita Pacheco, 23, e seria vendida no Pará. João Carlos Pires Motta, 22, abordou, teria matado e abandonado Hélio, após ele se negar a fornecer senhas bancárias.

Durante entrevista coletiva, realizada na tarde de ontem, o titular da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Anderson Espíndola, e o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Onofre de Moraes, apresentaram o trio. Segundo Espíndola, os acusados foram presos em flagrante no Maranhão e em Goiânia. “Desde a última segunda-feira, estamos em processo contínuo para desvendar esse crime, por isso o flagrante”, explicou. Aos policiais, João Carlos, que é natural de Marabá (PA), teria informado que morava em Taguatinga Norte desde maio deste ano. “Ele é amigo do Marlondreson, que encomendou a caminhonete. O João Carlos fez tudo sozinho. Abordou, roubou, matou e abandonou o corpo da vítima”, garantiu o delegado.

Conforme apurado pelos policiais, Hélio Romão foi morto no mesmo dia em que saiu de casa para ir a um shopping, no último domingo. Entre as 18h e as 23h, ele foi levado até o quarto onde João Carlos morava. No local, deu R$ 300 ao criminoso, mas se negou a revelar senhas bancárias, então o assassino atingiu a cabeça da vítima com um botijão de gás. “Ele caiu desfalecido, mas não morreu, então foi asfixiado com um saco plástico e depois atingido outras duas vezes com o botijão. Ele morreu por não ter fornecido as senhas e não por ser delegado”, explicou Espíndola. “João enrolou o corpo do delegado em lençóis e o abandonou no Km 9 da BR-060, às 2h de segunda-feira. Depois, seguiu para Goiânia com a caminhonete para entregar a Marlondreson”, completou o delegado.

Problemas mecânicos
João Carlos e Marlondreson seguiriam ao Pará para vender a caminhonete e dividir o lucro, mas a Hilux apresentou problemas mecânico e os dois abandonaram o veículo em Goiânia. Relógio, carteira e celulares roubados do delegado federal foram comprados em Goiânia por Pedro Rodrigues Oliveira, 20 anos.

Na noite da última quarta-feira, equipes da 1ª DP prenderam Pedro e João Carlos na divisa do Tocantins com o Maranhão. Eles estavam em um ônibus pirata e acabaram surpreendidos após uma barreira das polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal. Marlondreson, que cursa direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, acabou detido em Goiânia pelos agentes da delegacia da Asa Sul. João Carlos e Marlondreson foram indiciados por latrocínio. Se condenados, podem pegar até 30 anos de prisão. Pedro Rodrigues vai responder por receptação, com pena de até quatro anos.

Enterro
Na tarde de ontem, amigos e familiares deram o adeus a Hélio Damaso. O delegado foi velado na capela 6 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Às 17h ocorreu o sepultamento. Muita comoção e tristeza marcaram a despedida. Amigo da vítima há 34 anos, Antônio Isidoro Lopes, 56 anos, não se conforma com a violência que tirou a vida do colega. “Ele era um homem tão do bem e achava que todas as pessoas também eram assim. Por isso, raramente andava armado”, disse o funcionário público. Antônio contou também que Hélio fazia caminhadas, gostava de se cuidar e era bem ativo. O delegado deixa um casal de filhos e uma esposa.
Fonte:Correio Braziliense

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