Na segunda-feira, tanques e franco-atiradores leais a Muammar Gaddafi ofereceram resistência esporádica e desesperada enquanto rebeldes tomavam o coração de Trípoli, capital da Líbia, recebidos com entusiasmo por multidões que celebravam o colapso iminente dos 42 anos de governo do ditador. Mustafa Abdul-Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), declarou à Al Arabiya que o paradeiro de Gaddafi permanece desconhecido.
A emissora informou que não há negociações entre os rebeldes e o Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a entrega de Saif al-Islam, filho de Gaddafi, capturado pelos insurgentes e procurado por crimes de guerra, desmentindo rumores anteriores. Em uma mensagem de áudio transmitida no domingo, de local não identificado, Gaddafi, de 69 anos, conclamou civis a lutarem contra os rebeldes, a quem chamou de “ratos”, prometendo resistir em Trípoli “até o fim”. No entanto, não houve sinais de apoio popular significativo ao regime.
Dois filhos de Gaddafi foram presos, e correspondentes da Reuters relataram rebeldes caçando franco-atiradores casa a casa. Tiros e explosões esporádicas mantinham os civis afastados das ruas, após celebrações no domingo. “Os revolucionários estão por toda Trípoli, mas as forças de Gaddafi ainda resistem”, disse Abdulrahman, líder rebelde, destacando combates intensos perto do porto e do complexo de Bab al Aziziya, onde tanques do governo e franco-atiradores dificultavam o avanço. “Os atiradores são o maior obstáculo, e já contamos muitos mártires”, acrescentou.
O chanceler italiano, Franco Frattini, afirmou que o regime controla apenas 10% a 15% da capital, sinalizando seu fim próximo. Apesar disso, a TV estatal, ainda sob controle de aliados de Gaddafi, insistia que o “moral das tropas” permanecia alto, embora substituísse hinos marciais por programas infantis, um contraste com meses de propaganda.
A ofensiva rebelde, coordenada na noite de sábado por células locais e forças de várias frentes, desencadeou os maiores combates em Trípoli em seis meses de guerra civil. Uma fonte do governo relatou 376 mortos e cerca de mil feridos, sem detalhes sobre a apuração. Na noite de domingo, a praça Verde, símbolo do culto a Gaddafi, foi tomada por civis com bandeiras rebeldes, que sugeriram renomeá-la como praça dos Mártires.
Na segunda-feira, o porta-voz rebelde Nouri Echtiwi relatou tanques e veículos armados saindo de Bab al Aziziya, atirando indiscriminadamente. A guerra civil líbia, a mais sangrenta da Primavera Árabe, pressiona Gaddafi, com líderes ocidentais, como os EUA, exigindo que ele reconheça a derrota e colabore com os rebeldes, embora o futuro político do país permaneça incerto.
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