Em 2011, o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que governou o país por três décadas, tornou-se o primeiro líder árabe a ser julgado presencialmente após sua deposição durante a Primavera Árabe. O julgamento, realizado no Cairo, atraiu multidões que acompanharam a audiência por telões instalados do lado de fora do tribunal.
Aos 83 anos, Mubarak participou da sessão deitado em um leito hospitalar, conectado a uma sonda. Ele se declarou inocente das acusações de corrupção e repressão violenta contra manifestantes, crimes que poderiam levá-lo à pena de morte.
Dentro da jaula dos réus, estavam também seus filhos, Gamal e Alaa Mubarak, além do ex-ministro do Interior Hadib al Adli e outros ex-funcionários do governo. Todos negaram as acusações.
O julgamento gerou reações intensas entre os egípcios. Enquanto alguns celebravam o momento como um marco na justiça, outros demonstravam simpatia pelo ex-líder, considerando sua fragilidade física. Antes da audiência, grupos pró e contra Mubarak se enfrentaram nas ruas, chegando a trocar pedradas, o que exigiu intervenção policial.
A Primavera Árabe, que levou à queda de Mubarak, foi impulsionada por anos de repressão política e desigualdade econômica, onde muitos egípcios acreditavam que o regime beneficiava apenas os mais ricos. O julgamento do ex-presidente foi visto como um alerta para outros líderes autoritários, reforçando a ideia de que ninguém está acima da lei.
O caso de Mubarak contrastou com o destino de Zine al Abidine Ben Ali, ex-presidente da Tunísia, que fugiu para a Arábia Saudita e foi condenado à revelia por corrupção.
O desfecho do julgamento de Mubarak representou um momento histórico para o Egito e para o mundo árabe, simbolizando a luta por justiça e democracia após décadas de governo autoritário.
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