Morte de Estudante Após Doação de Medula Óssea Levanta Suspeitas de Negligência em São José do Rio Preto

Roberto Farias
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A Polícia Civil de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, deve ouvir nesta terça-feira, 12 de julho de 2011, a equipe médica envolvida na morte da estudante de enfermagem Luana Neves Ribeiro, de 21 anos. A jovem faleceu após complicações durante um procedimento de coleta de medula óssea no Hospital de Base. Por volta das 9h20, o hematologista Otávio Ricci, responsável pelo serviço de transplante de medula, chegou à delegacia para prestar depoimento.
Na semana anterior, Ricci admitiu em entrevista coletiva que Luana morreu devido a uma hemorragia pulmonar, causada pela perfuração do pulmão durante a inserção de um cateter em seu pescoço para a coleta de células. O delegado João Lafayete Sanches, que conduz o caso, requisitou o laudo pericial, incluindo a ficha clínica da paciente, exames realizados e o atestado de óbito. Ele questiona por que a equipe médica não notificou a polícia sobre o ocorrido. As investigações, segundo Sanches, devem ser concluídas em até 30 dias. Caso seja comprovado erro médico ou negligência, os responsáveis podem enfrentar acusações criminais.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) também abriu uma apuração para avaliar a conduta dos profissionais envolvidos. Se confirmada a falha, o médico responsável pode perder o registro profissional. A mãe de Luana, residente em Promissão, acusa a médica de negligência, alegando que ela receitou apenas um medicamento para náuseas por telefone quando a jovem começou a passar mal e demorou mais de uma hora para chegar ao hospital.
Luana, filha única, ingressou no Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea há quatro anos, ao iniciar o curso de enfermagem em Marília. Ela foi convocada para doar medula por ser compatível com uma menina do Rio de Janeiro. Este é o primeiro caso registrado de morte relacionada a um procedimento de doação de medula desde a criação do cadastro, em 1993. A hematologista Vergueiro pediu que o incidente não desencoraje doadores, enfatizando a importância e a segurança do procedimento. “Doar medula pode salvar vidas, e é um ato seguro”, afirmou.
A diretoria do Hospital de Base abriu uma sindicância interna para investigar o atendimento prestado à estudante, incluindo a suposta demora da médica. A apuração interna tem prazo de 30 dias para ser concluída.

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