O governo do Egito demitiu hoje 587 importantes integrantes da polícia como parte das medidas para melhorar a corporação, que não inspira confiança e é bastante impopular, informou a televisão estatal.
A medida, anunciada pelo ministro do Interior, Mansour el-Issawi atende a uma importante exigência dos manifestantes que acampam na praça Tahrir, no centro do Cairo. Eles querem que a força policial fique livre de homens leais a Mubarak e dos oficiais envolvidos no assassinato de 900 manifestantes durante o levante realizado entre 25 de janeiro e 11 de fevereiro, que derrubou o governo do presidente Hosni Mubarak.
Segundo a emissora de televisão, dentre os policiais demitidos, 37 são acusados por mortes ocorridas durante os protestos. Dentre os oficiais dispensados há 505 majores-generais e 82 brigadeiros, informou a televisão estatal.
Já a agência estatal egípcia disse que as eleições parlamentares esperadas para setembro, devem acontecer com um mês ou dois de atraso. O Exército, que tomou o controle do país após a queda de Mubarak, já havia anunciada o adiamento das eleições ontem, ao dizer que os preparativos para o pleito teriam início em 30 de setembro.
O adiamento representa um aceno às exigências de alguns manifestantes. Muitos dos partidos políticos que surgiram durante o levante querem que o pleito seja prorrogado para que tenham tempo para se organizar melhor e competir com grupos mais organizados financeiramente, como a Irmandade Muçulmana.
O Exército também disse ontem que vai esboçar o regulamento para a seleção de uma assembleia de cem integrantes que vai escrever a nova Constituição. A medida deve dificultar que um legislativo dominado por islamitas escolha os membros do grupo e deem à Carta Magna uma tendência islamita.
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