A Guarda Costeira de Catânia, na Itália, continua as buscas pela
brasileira Laís Santiago, que desapareceu no mar na madrugada do último
sábado (2). Segundo Roberto D'Arrigo, chefe de relações exteriores da
Guarda, foram enviados avisos urgentes aos navegantes para que eles
prestem o máximo de atenção na região das buscas.
Laís Santiago, natural de Santos,
no litoral de São Paulo, era tripulante do navio Costa Magica. Ela
desapareceu na noite da última sexta. Nesta segunda (4), o Ministério
das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que câmeras de vídeo
registraram a brasileira pulando do navio durante a madrugada de sábado
(2).
De acordo com D'Arrigo, as buscas começaram assim que as autoridades
italianas foram informadas da situação e, desde então, não pararam. "As
buscas são feitas com barcos e aviões da Guarda Costeira. O que podemos
afirmar é que, com o passar das horas, a probabilidade, que já é fraca,
de encontrar a garota viva, diminui cada vez mais", afirma.
Em relação ao vídeo que mostra Laís se jogando ao mar, D'Arrigo conta
que as imagens estão nas mãos das autoridades judiciárias e, por
enquanto, não serão divulgadas. "As imagens estão sendo analisadas. O
vídeo, que é em preto e branco, mostra claramente uma forma que se joga
para fora do navio", diz.
Família não acredita em suicídio
A madrinha da tripulante brasileira, Vânia do Nascimento Lima, não acredita que a afilhada tenha cometido suicídio. Após receber a notificação do Itamaraty, informando que imagens do circuito de segurança do navio identificaram Laís Santiago pulando no mar, Vânia do Nascimento Lima afirmou estar indignada com a falta de informações concretas.
A madrinha da tripulante brasileira, Vânia do Nascimento Lima, não acredita que a afilhada tenha cometido suicídio. Após receber a notificação do Itamaraty, informando que imagens do circuito de segurança do navio identificaram Laís Santiago pulando no mar, Vânia do Nascimento Lima afirmou estar indignada com a falta de informações concretas.
Segundo Vânia, o único contato com informações concretas, até o
momento, foi o do Itamaraty. "A Infinity, responsável por recrutar a
Laís, me ligou às 10h. Não me deram notícias e falaram que ligariam
novamente. Depois disso não me procuraram mais. Já a Costa não deu
nenhuma satisfação. Acionamos um advogado e queremos ver as imagens.
Alguma coisa aconteceu. Ela não iria pular do navio se não tivesse um
grande motivo", contou.
Na tarde desta segunda-feira (4), o advogado Vicente Cascione assumiu o
caso, representando a família de Laís. O advogado já acionou o
consulado brasileiro na Itália e disse que deseja ter acesso, o mais
rápido possível, às imagens das câmeras. "A hipótese que estou
trabalhando é que temos uma imagem de uma menina sadia e no começo da
vida se atirando no mar. Isso a gente sabe que aconteceu. O que eu quero
é saber é o que houve segundos antes disso para entender as motivações
dela. Não descarto nenhuma hipótese."
Por telefone, a assessoria de imprensa da Infinity Brazil informou que
as investigações estão sendo conduzidas pela Costa Cruzeiros, em
conjunto com as autoridades italianas, já que a Infinity é a responsável
apenas pelo recrutamento dos profissionais. Já a Costa Cruzeiros
confirmou o desaparecimento da brasileira. Em nota, a empresa explicou
que inúmeras buscas foram realizadas pela tripulação após a constatação
de que Laís não estava trabalhando. Em seguida, segundo a empresa, o
caso foi informado às autoridades locais.
De acordo com o Itamaraty, a Capitania dos Portos de Catânia comunicou
oficialmente ao Consulado-Geral do Brasil em Roma que as câmeras
internas do navio registraram as imagens de Laís subindo ao convés e se
atirando ao mar, após minutos de hesitação, às 2h de sábado.
O navio havia partido de Malta rumo a Catânia, e estava a cerca de 30 km da costa siciliana quando Laís desapareceu.
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