Em Beirute, ativistas sírios expressaram revolta com e-mails vazados que expõem o presidente Bashar al-Assad e sua esposa, Asma, comprando itens de luxo e baixando músicas pop enquanto a Síria enfrenta uma violenta crise. Segundo o jornal britânico The Guardian, cerca de 3 mil mensagens, ainda em processo de verificação, mostram o casal em atividades triviais, como Asma adquirindo joias em Paris e Assad fazendo downloads no iTunes, em contraste com a brutal repressão que já matou milhares no país.
Os e-mails, obtidos pelo Guardian, também indicam que Assad buscava conselhos do Irã para conter a revolta iniciada há um ano, que ameaça levar a Síria a uma guerra civil e colapso econômico. Em Homs, epicentro da rebelião, onde forças do governo bombardearam bairros como Baba Amr, a indignação foi ainda maior. “Ele baixa músicas enquanto seu Exército nos massacra. Sua esposa compra coisas caras na Amazon. Isso é nojento”, desabafou Rami, um ativista local.
Um rebelde da Brigada Farouq, identificado como al-Homsi, viu nos e-mails um sinal de que Assad reconhece a gravidade da situação, mas não demonstra remorso. Uma mensagem de Asma dizia: “Se somos fortes juntos, vamos superar isso juntos”, enquanto outros e-mails revelam a dependência de Assad de aliados iranianos e consultores de mídia. “Ele sabe da confusão em que está, mas não se importa com quantos morrem para ele manter o poder”, afirmou al-Homsi.
No entanto, ativistas como Ayman Abdel Nour, ex-assessor de Assad que deixou a Síria em 2007, acreditam que os e-mails terão pouco impacto internamente. “Na Síria, poucos saberão disso. O governo vai ignorar, sem negar ou confirmar, e quem acompanha a TV estatal permanecerá alheio”, disse Nour, de Dubai. Para muitos, os e-mails são apenas mais uma prova da desconexão do regime com o sofrimento do povo sírio.
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