A Liga Árabe disse no domingo que manterá sua missão de observadores atuando na Síria, apesar das críticas de que a iniciativa teria sido incapaz de impedir a matança de civis por parte do governo sírio.
Em reunião de chanceleres da Liga no Cairo (Egito), o organismo voltou a pedir à Síria pelo fim "imediato" da violência no país e prometeu reforçar sua missão de observação, cujo objetivo é supervisionar o cumprimento de um plano de pacificação na Síria.Mas tudo indica que a missão não vai requerer a ajuda de observadores da ONU, ideia proposta pelo Catar que estava entre os temas a serem discutidos na reunião deste domingo.
Diversos países árabes se opõem à interferência da ONU na Síria, temendo que medidas semelhantes sejam usadas contra eles no futuro.Após duas semanas de atuação na Síria, a missão da Liga Árabe está sendo criticada por opositores do regime sírio, que alegam que os observadores estão sendo manipulados pelo governo de Bashar al-Assad e não estão reagindo de forma incisiva à violência no país árabe.Segundo ativistas oposicionistas, novos confrontos neste domingo resultaram em 20 mortes, e incluindo entre as vítimas estariam 11 soldados mortos na província de Deraa.
Cálculos da ONU indicam que mais de 5 mil civis morreram nos últimos dez meses de protestos pró-democracia na Síria. Apesar dos apelos da Liga Árabe, nada indica que os enfrentamentos estejam a ponto de cessar.
Independência
Autoridades da Liga Árabe rejeitaram a possibilidade de extinguir a missão. Seus observadores estão na Síria desde o final de dezembro, na tentativa de pressionar os dois lados - governo e oposição - a abandonar as armas e de fazer com que o regime de Assad tire o Exército das ruas.
A Liga debateu também como dar mais independência aos observadores, que no momento são impedidos de se mover livremente pelo país.
Neste domingo, a missão visitou um hospital sírio, acompanhada de membros do governo do país.
Manifestantes protestaram nos arredores, alegando que a presença dos observadores está dando o aval político para que o regime sírio continue a praticar atos de violência contra civis.
No último sábado, segundo os opositores, 27 pessoas foram mortas em todo o país em confrontos com forças de segurança. Os tumultos começaram durante um funeral organizado pelo governo para homenagear as vítimas de um atentado a bomba em Damasco na sexta-feira, que já havia deixado 26 mortos.
O governo de Assad atribuiu o atentado a "terroristas", enquanto a oposição o acusa de forjar a ação para influenciar a opinião pública.
Duas semanas atrás, 44 pessoas morreram em um atentado semelhante, que também motivou trocas de acusações entre governo e opositores.
Fonte: BBC Brasil
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