O DEM do Distrito Federal vai pedir o impeachment do governador Agnelo Queiroz (PT) por suspeita de envolvimento no desvio de recursos do programa "Segundo Tempo", do Ministério do Esporte. O anúncio foi feito ontem pelo líder do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO).
"Nosso partido que expulsou aqueles que não honraram a sua bandeira, inclusive o único governador eleito em 2006, vai atrás dos outros", disse o líder, referindo-se ao escândalo da Caixa de Pandora, de 2009, investigado pela Polícia Federal, que levou o partido a expulsar o governador José Roberto Arruda, que depois foi cassado.
Para Demóstenes, o PT escolhido por Agnelo, depois dele se desfiliar do PC do B, tem de duas alternativas: rever sua posição de apoio ao governador ou "se assumir de vez como o partido da boquinha".
Sob pressão, Agnelo exonerou 51 delegados - 43 deles chefes de departamentos - e dirigentes da Polícia Civil, inclusive a diretora-geral, Mailini Alvarenga. As demissões, publicadas ontem no Diário Oficial, ocorrem depois do vazamento de conversas telefônicas entre Queiroz e o policial militar João Dias, delator do esquema de desvio de recursos que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva, na semana passada.
Fonte: O Diário
As escutas revelam intimidade entre o governador e o militar, a quem Queiroz trata por "meu mestre" e se dispõe a ajudá-lo a maquiar a prestação de contas de convênios, no valor de R$ 3,4 milhões, que duas ONGs dele obtiveram do programa "Segundo Tempo". Dias teve as contas rejeitadas e o Ministério cobrava a devolução do dinheiro. Por meio de nota, o governador tentou minimizar a crise, alegando que não se trata de demissão em massa, mas de "reacomodações" naturais em razão da mudança na cúpula.
Segundo o governador, a Operação Shaolin, que o investigou em 2010, quando ele disputava a eleição, foi concebida num ambiente de espionagem criminosa praticada por grupos da polícia civil "contaminados por forças políticas do passado". Essa ala, segundo ele, seria mancomunada com os ex-governadores Joaquim Roriz (PSC), que disputava o pleito, apesar de vetado pela lei da ficha limpa e Arruda, preso e cassado na operação Caixa de Pandora.
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