Um tribunal criminal francês disse nesta quinta-feira que é favorável ao início de uma investigação sobre a acusação de que a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, excedeu sua autoridade em 2008, quando era ministra de Finanças da França.
A Cour de Justice de la Republique, um tribunal especial que cuida de assuntos criminais envolvendo ministros, disse que seu comitê de investigações pode analisar o caso e então decidir se precisa interrogar Lagarde como testemunha ou colocá-la sob investigação formal. O comitê, que atua como uma promotoria, pode também decidir recusar as acusações.
"Sem dar maiores detalhes, eu posso dizer que é uma decisão favorável" a um pedido de início de inquérito, disse Gerard Palisse, chefe da Commission des Requetes, organismo responsável por selecionar queixas legais.
Lagarde, que nega a acusação, disse que não vai deixar o cargo no FMI mesmo se uma investigação for iniciada contra ela.
Ela sucedeu Dominique Strauss-Kahn no principal cargo do FMI. Strauss-Khan renunciou em maio, após ter sido preso em Nova York e acusado de tentativa de estupro. Ele declarou-se inocente das acusações.
O caso no tribunal de Paris refere-se a acusações feitas pelo opositor Partido Socialista, segundo as quais Lagarde ultrapassou sua autoridade em 2008, quando era ministra de Finanças, ao cuidar de uma controversa disputa do magnata Bernard Tapie contra o Estado francês. Lagarde afirmou várias vezes que sua intervenção no caso foi totalmente dentro da lei.
Os legisladores socialistas que levaram a acusação aos magistrados questionam se entidade controlada pelo Estado que estava em desacordo com Tapie tinha o direito de resolver a questão por meio de arbitragem. Os legisladores lembram que a lei proíbe as agências estatais de fazerem arbitragem.
Já conselheiros legais de Lagarde disseram que o organismo controlado pelo Estado foi registrado como uma entidade comercial e que podia resolver a questão com Tapie por meio de arbitragem. As informações são da Dow Jones
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