Bolsas Globais Despencam em Meio a Temores de Recessão e Crise Bancária

Roberto Farias
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Nesta quinta-feira, os mercados financeiros mundiais enfrentaram um dia de forte turbulência, com quedas expressivas nas principais bolsas. Às 12h25, o Ibovespa, índice da bolsa brasileira, recuava 4,67%, alcançando 52.498 pontos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caía 3,79%, enquanto a Nasdaq registrava perda de 4,37%. Na Europa, as bolsas também sofreram: Londres (-4,18%), Paris (-5,1%), Alemanha (-4,9%), Espanha (-4,9%), Itália (-5,4%) e Estocolmo (-6,08%).
O nervosismo foi impulsionado por uma combinação de fatores. Nos EUA, dados do mercado de trabalho mostraram piora, com pedidos de auxílio-desemprego subindo para 408 mil na última semana, acima das expectativas de 400 mil. A inflação também surpreendeu, com o índice de preços ao consumidor (CPI) subindo 0,5% em julho, contra previsão de 0,3%. Além disso, a Fitch rebaixou a classificação de risco de Nova Jersey de AA para AA-, com perspectiva negativa, aumentando as preocupações.
O Morgan Stanley intensificou o pessimismo ao revisar para baixo suas projeções de crescimento, alertando que os EUA e a zona do euro estão à beira de uma recessão. A estimativa para o PIB da zona do euro caiu para 1,7% em 2011 e 0,5% em 2012, ante 2,0% e 1,2% anteriormente. O banco apontou erros políticos e a perspectiva de aperto fiscal em 2012 como agravantes.
Na Europa, a crise da dívida segue pressionando os bancos. O Federal Reserve de Nova York intensificou a supervisão das filiais de bancos europeus nos EUA, temendo que a crise da dívida europeia afete o sistema financeiro americano. Segundo o Wall Street Journal, o Fed está exigindo mais informações sobre a liquidez desses bancos para operações diárias, visando evitar um colapso semelhante ao de 2008.
Analistas da Lerosa Investimentos destacaram um “descompasso” entre a gravidade da crise bancária europeia e as ações dos líderes políticos, o que aumenta a aversão ao risco. Nesse cenário, investidores buscam refúgio: o ouro atingiu máxima histórica, enquanto os rendimentos dos títulos americanos caíram.
Outro fator de instabilidade foi a declaração do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, que rejeitou a ampliação do fundo de resgate da zona do euro (EFSF), contrariando expectativas de maior suporte financeiro.

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