Um relatório da organização de direitos humanos B’Tselem revelou preocupações sobre o tratamento de crianças palestinas detidas na Cisjordânia por forças israelenses. O documento aponta que 93% dos menores apreendidos foram julgados em tribunais militares, recebendo penas de até 20 meses de prisão.
Nos últimos seis anos, 19 crianças de 12 e 13 anos foram presas por até dois meses, acusadas de atirar pedras em soldados israelenses. Embora a legislação israelense proíba a detenção de menores de 14 anos, essa prática continua sendo aplicada nos territórios ocupados.
Relatos de Jovens Detidos
Pesquisadores entrevistaram 50 menores palestinos, que descreveram suas experiências durante a prisão. 30 deles afirmaram ter sido retirados de suas casas durante a noite, sem a presença dos pais. Outros 20 relataram que ficaram sem acesso a comida, banheiro e descanso enquanto aguardavam o interrogatório.
Entre 2005 e 2010, mais de 800 crianças foram detidas, e apenas uma foi libertada sem precisar cumprir pena. Muitas delas aceitam se declarar culpadas para evitar longas esperas na prisão e receber uma sentença reduzida.
A Resposta das Autoridades
O Exército israelense justificou as prisões, alegando que atirar pedras representa uma "transgressão criminal séria" e que algumas crianças estariam sendo manipuladas por grupos terroristas. O relatório da B’Tselem, no entanto, aponta que nenhuma ação concreta foi tomada para garantir os direitos dos menores palestinos.
O debate sobre a ocupação israelense na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, territórios sob controle de Israel desde 1967, continua a provocar reações em nível internacional.
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