Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal foi preso em Goiânia acusado de disparar contra dois policiais militares. Às 3h de domingo, Willy Borges de Amorim estava em uma festa na boate Santa Fé, dentro do Parque Agropecuário, quando teria urinado no camarote, na frente de algumas pessoas. A abordagem do delegado incomodou policiais militares que trabalhavam como seguranças particulares no evento. Ele acabou expulso da boate e, em meio à confusão, atirou nos policiais. Eles não correm risco de morte. Willy foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio. Às 22h de ontem, seus advogados conseguiram habeas corpus e ele deve responder ao processo em liberdade.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Ciro de Freitas, Willy de Amorim estava afastado da função há pelo menos 30 dias por apresentar transtornos psicológicos. Delegado plantonista no Distrito Federal desde 2006, o delegado estaria, inclusive, fazendo acompanhamento terapêutico na Policlínica da Polícia Civil. “Ele alegou a doença e foi afastado para se tratar. Não é que ele seja um mau policial, mas estava tendo problemas no exercício da profissão”, relatou o presidente.
Após os shows da 66ª Exposição Agropecuária de Goiânia, o delegado resolveu prolongar a noite na casa noturna Santa Fé. Depois de ser expulso por policiais militares, já do lado de fora da boate, iniciou-se uma briga. De acordo com Divino Alves, o delegado deu dois disparos nas pernas do policial do Batalhão Ambiental Danilo Souza Campos e do policial do Batalhão de Choque Geogeton dos Passos Rodrigues que faziam bico na festa. Eles não estavam fardados. Outros policiais em serviço conseguiram controlar o delegado e o levaram para a Delegacia de Homicídios de Goiânia. A pistola .380 que Willy usou, segundo Ciro de Freitas, não é da corporação, apesar de ele ainda ter porte de arma. “É uma arma particular dele. Talvez a mistura de remédios com bebida pode ter resultado na alteração de humor do delegado”, especulou.
Nascido em Goiânia, Willy de Amorim trabalhou na 18ª Delegacia de Polícia, em Brazlândia, entre o fim de 2009 e o início de 2010. Recentemente, trabalhava em esquema de plantão na 30ª DP, em São Sebastião. “Ele realmente trabalhou aqui conosco, por cerca de dois meses, e nunca apresentou nenhum comportamento irregular”, confirmou o delegado chefe-adjunto da 18ª DP, Fernando Cocito. O inquérito instaurado é de tentativa de homicídio, mas pode ser alterado para lesão corporal, se identificado que o delegado agiu em legítima defesa. Há suspeita de que Willy apanhou dos PMs e atirou em sua defesa. Segundo o delegado da Regional de Goiânia, Sidney Costa e Souza, Willy vai responder por um processo criminal e outro administrativo. A reportagem do Correio procurou a direção da Polícia Civil, mas ninguém atendeu às ligações.
Fonte: Correio Braziliense
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