O Egito atravessou mais um capítulo de sua instabilidade política com a dissolução do Parlamento recém-eleito, dominado por parlamentares islamitas. A decisão foi tomada pela Suprema Corte Constitucional, que alegou que um terço dos deputados havia sido eleito de maneira inconstitucional, tornando a composição da câmara baixa inválida.
Com essa determinação, a junta militar que assumiu o poder após a deposição do ex-presidente Hosni Mubarak passou a controlar novamente o Legislativo. A medida gerou fortes reações, principalmente entre membros da Irmandade Muçulmana, que classificaram o ocorrido como um "golpe de Estado total".
O cenário se tornou ainda mais tenso com a confirmação da candidatura de Ahmed Shafiq, ex-primeiro-ministro do regime de Mubarak, para o segundo turno da eleição presidencial contra Mohamed Morsi. A dissolução do Parlamento e a permanência de um nome ligado ao antigo regime na disputa presidencial levantaram dúvidas sobre o futuro da democracia no país.
A decisão judicial evidenciou os desafios da transição política no Egito e reacendeu discussões sobre o papel dos militares no governo. Com o país dividido entre diferentes forças políticas e sociais, o desfecho dessa crise definiria os rumos da nação nos anos seguintes.
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